Nesses últimos dias estive conversando bastante com o pessoal aqui. Está sendo uma troca de informações incríveis.
Ontem estive conversando aqui no laboratório com dois israelenses e meus colegas de laboratório, a portuguesa Maria, o alemão Veikko e o francês Loic. Foi uma aula de geografia.
Conversando sobre o Brasil sempre se tem tópicos principais, como floresta amazônica, recursos naturais e corrupção. Quanto mais conversamos sobre política, mais eu sinto pena do Brasil. Todo mundo tem um pouco à reclamar sobre seu país/governo, tudo bem que agora os países europeus estão passando por uma crise, mas eu me sinto triste quando penso na situação brasileira.
Eu e o meu colega de quarto polonês Michal conversamos muito sobre a situação dos nossos países, e nossos países têm muita coisa em comum. Aqui em Israel a gente vê muita cena que seria impossível de ver no Brasil. Nos ônibus aqui as pessoas passam o dinheiro de mão em mão até chegar no motorista, então o motorista pega o troco e estende a mão pra trás, alguém pega o troco e ele volta de mão em mão até o dono. Dinheiro passando de mão em mão no Brasil? Nunca. Os israelenses confiam uns nos outros, isso é o que eu mais percebi aqui. Vi freezers com sorvetes e gelados no lado de fora de mercadinhos desassistidos. Eles confiam que se a pessoa quiser um sorvete de lá, pegue e leve pra dentro do mercadinho pra pagar por ele. A lavanderia dos nossos apartamentos tem uma prateleira na frente com roupas e calçados colocados lá, sem cadeados, sem fechaduras, sem nada de segurança.
Outra coisa aqui que me chama atenção é o respeito e a educação. Talvez seja pelo fato de eu estar morando num campus de uma instituição muito conceituada, mas quando falo com as pessoas em inglês elas não se ofendem, me respeitam muito por isso e me respondem em inglês. Não sou visto como um forasteiro, mas como um estudante de engenharia estrangeiro. Eu sinto pena dos estrangeiros indo pro Brasil na Copa e nas Olimpíadas, tenho medo que seja uma vergonha. Inclusive essa foi a pergunta que os israelenses me fizeram ontem: "ir ou não ir pro Brasil nas olimpíadas?". Disse pra eles que segurança é um problema de qualquer cidade grande e que não vai ser nada crucial, mas me sinto culpado e inseguro da minha resposta, sinceramente.
"Cada povo tem o governo que merece" -Joseph de Maistre
Brasil, um país de tolos.
ResponderExcluirPlim plim! :-)
ExcluirBah, legal saber que o conflito é apenas numa pequena região e que o restante do país vive de forma tão legal, com muito respeito mútuo.
ResponderExcluirUma das primeiras coisas que eu li sobre Israel, antes de vir pra cá, foi que tem uma grande parte da população aqui que é muçulmana, e que isso mostrava como a paz e o bom senso estão presentes aqui. É claro que se o cara se mete lá no meio da faixa de Gaza o cara tá pedindo né.
ExcluirBruno eu imagino que aí as leis são muuuuuito rigídas, por isto o povo é assim, aqui no Brasil é diferente, o político da maus exemplo e não é punido. Só não de empolgue muito que eu quero que vc fique no Brasi......BJS.
ResponderExcluirNão mãe, não são tão rígidas. O povo cresce quando enfrenta dificuldade, e o povo israelense teve muita dificuldade ao longo da história. Eles sempre têm algum conflito pra resolver por aqui, por isso são tão fortes. Inclusive, exército aqui é obrigatório por 2 anos para as mulheres, e 3 para homens. Isso faz com que entrem na faculdade mais tarde, com a cabeça melhor formada e com mais troca de informações e experiência. Talvez isso explique o fato de a engenharia elétrica aqui ter 20% de mulheres no curso.
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