Chegamos na cidade velha por volta das 4 horas da tarde. Fizemos check-in no albergue, deixamos as mochilas e saímos pra aproveitar o tempo que nos restava. Principalmente porque em poucas horas seria shabat, e como nos lugares turísticos judeus têm muitos judeus ortodoxos, seria perigoso tirar fotos dos lugares. Tirar fotos durante o shabat é proibido na lei judaica, seria ofensivo pra eles. Alguns mais revoltados apedrejam pessoas que não obedecem leis judaicas durante esse período, inclusive mulheres que mostram os ombros, por isso demos preferencia para esses lugares na sexta-feira.
Portão damascus. Isso que eu não me arrisquei tirar foto nem do portão Herod nem do mercado árabe. É tenso. |
A primeira coisa que chama atenção quando se chega na cidade velha são os mercados árabes. São literalmente camelôs. Eu me senti numa praça toqueto aumentada.
Eu sinto a liberdade de ser sincero quanto ao povo árabe lá da cidade velha porque conheci os árabes de Nazaré. Os árabes em Nazaré faziam muita questão de nos tratar bem. Nos davam descontos e nos trataram de um jeito que os nossos amigos israelenses não acreditaram nas coisas que contamos. Foi um dos povos mais queridos que já conheci. Em compensação, o povo árabe na cidade velha é complicado. Talvez seja simplesmente um conflito entre a minha personalidade com a deles, mas eu realmente me senti tenso lá.
Não se pode pedir informação nenhuma pra eles. Se você direcionar uma palavra pra algum deles, essa pessoa vai fazer tudo pra te vender qualquer coisa. E se você não comprar eles se ofendem. Eu fingi não entender inglês várias vezes.
Não é possível saber o preço certo de nada nesse lugar. Eu acredito que o preço inicial que eles falam de qualquer coisa lá seja no mínimo 10 vezes o preço que eles pagam pelo produto.
Em um próximo post vou explicar a compra do turbante. :)
Em uma das primeiras ruas que passávamos na cidade velha alguns guris, que aparentavam ter em torno de 15 anos de idade, se levantaram e encararam o Michal, caminhando em direção dele, como se quisessem briga. Eu achei aquilo muito suspeito. Passamos reto. 10 metros depois, tinha um cara muito bombado cuidando os guris. Dobramos a esquina e tinha muitas crianças árabes no local (isso dentro da área cristã na cidade velha). Algumas dessas crianças estavam brigando. O ambiente era violento. Mas logo chegamos no mercado e o ambiente passou a ser comercial.
Conseguimos encontrar o muro das lamentações. Uma curiosidade é que em lugares sagrados cristãos não é permitido o uso de bonés, ou qualquer coisa na cabeça. Significa falta de respeito. Já em lugares sagrados judaicos é exatamente o oposto. É preciso cobrir a cabeça sempre em sinal de respeito por Deus. É por isso que eles usam o Quipá.
A oportunidade de conhecer o lugar é algo que jamais vou ser grato o suficiente. Por outro lado, é triste saber que tanta gente já morreu por causa desse pedaço de parede.
Tentamos procurar algum jeito de entrar na Cúpula da Rocha mas o lugar é extremamente fechado, principalmente pra turistas. Disseram pra nós que só abre aos domingos pra turistas. Tinha soldados em cada um dos portões. Alguns sites afirmam que é preciso provar que é muçulmano pra entrar no local.
Saímos da região do muro e fomos ao sul. Encontramos uma vista muito bonita para o monte das oliveiras.
Muuuito interessante tudo isto!!!!!!
ResponderExcluirBom dia Bruno. E o teu pai.
ResponderExcluirEstamos acompanhando teus passos ai gracas aos teus relatorios.
A area que voce visitou e muito complicada. mas tambem esse povo, sempre viveu em conflitos. Por isso acabam vivendo um clima todo desconfiado.
Bruno. Procure ter todo o cuidado, pra nao se complicar. Voce esta ai. E e um brasileiro.
Abraco Bruno.
Pode deixar pai, não to fazendo a piada da bomba e da erva.
ExcluirNa verdade é engraçado, quando eu falo que sou brasileiro pros árabes ou pro pessoal mais pobre eles ficam felizes e abrem um sorrisão, é muito legal.
Devia ter filmado a piazadinha brigando Bruno! o/
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